Projetos de Pesquisa

Ilse Scherer-Warren

 Políticas de inclusão no ensino superior e na pesquisa e suas relações com os movimentos sociais e setores estratégicos da sociedade civil

 Descrição: Trata-se do desenvolvimento de um projeto de pesquisa, aprovado pelo CNPq na condição de Pesquisador 1A e relacionado ao INCT de Inclusão no Ensino e na Pesquisa nas Universidades, com sede na UNB, em Brasília. A pesquisa está sendo desenvolvido através de 3 fases principais de investigação e análise, a saber: 1. Avaliação crítica da produção do conhecimento sobre as relações étnico-raciais, classistas, sexistas e outras, dos processos de inclusão social, especialmente educacional, e da atuação de atores políticos e dos movimentos sociais em relação a essa problemática. 2. Investigar o protagonismo dos atores da sociedade civil para a politica de cotas e, em especial, analisar as narrativas dos movimentos sociais, de intelectuais e de estudantes em relação às cotas e as políticas de inclusão social no ensino e na pesquisa universitária. 3. Mapear, avaliar e interpretar o efeito das políticas de inclusão social, étnica e racial no ensino superior de recente implementação no Brasil, especialmente seu impacto nos campos educacional, político, epistemológico, sociológico e geopolítico, bem como nas diversas formas de sociabilidade no campus universitário.

Lígia H. H. Lüchmann

 Interfaces socioestatais: da participação à burocracia estatal

Descrição: Os diversos mecanismos de interface que foram criados no interior das estruturas governamentais têm ampliado as possibilidades (individuais e/ou coletivas) de interação socioestatal: ouvidorias, sítios na internet, programas governamentais como os orçamentos participativos e modalidades de consultas públicas, conselhos, conferências, audiências públicas, entre outras, têm materializado essas diferentes relações entre Estado e sociedade. Tendo em vista avançar nos estudos sobre o tema mais amplo da participação e da democracia, o projeto visa mapear e investigar o conjunto de dispositivos de interfaces socioestatais que operam nos executivos (municipal e estadual) com um olhar que, embora se mantenha focado na esfera social, também se desloca para o interior do campo da burocracia estatal no intuito de compreender as origens, formas, propósitos e, em especial, a efetividade dos diferentes formatos de interação entre atores estatais e atores sociais no controle da gestão pública. (PQ/CNPq)

Lígia H. H. Lüchmann e Britta Baumgartem (Coordenadoras)

Novas modalidades de participação política: protestos e participação institucional no Brasil e em Portugal em perspectiva comparada

Descrição: Projeto desenvolvido no âmbito do Programa de cooperação institucional e científica entre Brasil e Portugal (CAPES/FCT, EDITAL Nº 39/2014) fomentando o intercâmbio entre docentes, investigadores e estudantes do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia ? CIES do Instituto Universitário de Lisboa – IUL e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política ? PPGSP da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, em torno da problematização e da compreensão das modalidades de participação política, com destaque para as formas de protestos e de experiências de participação cidadã institucionalizadas em modelos de Orçamentos Participativos (OPs) em contextos portugueses e brasileiros. (CAPES/FCT)

Julian Borba

 Os determinantes do ativismo partidário e do comparecimento eleitoral na América Latina

Descrição: O projeto analisa os determinantes do ativismo partidário e do comparecimento eleitoral em 18 países da América Latina. A base empírica é composta por surveys, em especial o Latin American Public Project (LAPOP). A análise dos dados será realizada mediante técnicas multivariadas (modelos hierárquicos). Em termos de objetivos específicos, pretendemos: a) Revisar a literatura internacional sobre comparecimento eleitoral, partidos políticos e participação partidária; b) Descrever a evolução da participação eleitoral e partidária entre os países da América Latina, no período compreendido entre 1995 e 2010, a partir de dados de opinião pública; c) Construir uma base de dados integrando dados individuais (opinião pública) com dados de contexto (dados sócio-demográficos dos países – tamanho, relação urbano/rural; dados sobre configuração institucional do sistema político eleitoral, sistema partidário, fragmentação partidária, etc.);  d) Identificar a estrutura dimensional das modalidades de participação no contexto regional selecionado, visando especialmente identificar as relações existentes entre participação eleitoral e partidária e as demais formas convencionais e não convencionais; e d) Propor modelos multiníveis de análise do comparecimento eleitoral e do ativismo partidário entre os países da América Latina.

Julian Borba (Coordenador)

Projeto PROCAD: Mudanças e permanências nos padrões de participação política no Brasil: análise longitudinal do envolvimento político dos brasileiros (1988-2013)

Descrição: Diversos estudiosos do comportamento político, sobretudo os que se dedicam a análises sobre democracias consolidadas, têm identificado, nos últimos anos, uma mudança consistente nos padrões de participação política nos regimes ocidentais. A partir de distintas matrizes teóricas e empíricas, esses pesquisadores têm identificado um crescente desencanto com as instituições centrais dos regimes democráticos efetivamente existentes, tais como os partidos e os parlamentos, desencanto que tem se materializado nas quedas das taxas de filiação partidária, de sindicalização e até mesmo de comparecimento eleitoral. Em síntese, o descontentamento estaria gerando gradual e consistente afastamento dos cidadãos dessa dimensão institucionalizada da vida política democrática. Em paralelo a essa constatação, esses mesmos pesquisadores identificam a emergência e a proliferação de novas formas de envolvimento ou engajamento político, com destaque para as formas associativas e as várias modalidades de protesto, tais como manifestações, boicotes e ocupações, além de modalidades institucionais, como (em especial no Brasil) os Conselhos, Orçamentos Participativos, e as Conferências. Esses dois fenômenos – o refluxo da participação “convencional” e o crescimento das “novas formas de participação” – são entendidos como fenômenos complementares que alguns têm associado ao desenvolvimento de um padrão de cidadania crítica em escala mundial. A presente pesquisa se propõe a uma investigação longitudinal que, focalizando um amplo leque de modalidades de participação, pretende identificar as mudanças e alterações nos padrões de participação política entre os brasileiros.

Raul Burgos

 A teoria da hegemonia: entre o marxismo gramsciano e a teoria do discurso. Relações, limites, divergências

 Descrição: O projeto pretende contrastar comparativamente a teoria da hegemonia oriunda do pensamento gramsciano e aquela construída na Teoria do Discurso da Escola de Essex, de modo a colocar em colisão ambas as abordagens, fazendo aparecer as principais diferenças e delimitar adequadamente os contornos das relações entre elas. Pensamos que o trabalho proposto poderá contribuir ao debate contemporâneo em duas direções fundamentais: em primeiro lugar, no tratamento específico no âmbito das teorias sobre a hegemonia, colocando em evidência as especificidades e as relações entre estas duas abordagens fundamentais; em segundo lugar, no tratamento específico do lugar e do papel da teoria da hegemonia no campo de discussão conhecido como Teoria Democrática.

Ernesto Seidl

 Circulação internacional de religiosos, formação de quadros católicos e condições de intervenção política

 Descrição: O estudo objetiva apreender, em primeiro lugar, o peso da circulação internacional de caráter missionário dentro dos mecanismos de redefinição dos papéis, das hierarquias e das formas de administração do poder religioso. Dentro dessa questão mais ampla, destaca-se o interesse pela captura dos condicionantes que permitem modalidades de intervenção da autoridade religiosa em espaços de fronteira entre o religioso e o político. Em outras palavras, as bases para a realização de carreiras religiosas que se definem e se justificam em alguma medida pelo engajamento político em espaços variados, institucionalmente vinculados à Igreja – como as Comissões Pastorais sociais ligadas à CNBB, sobretudo ou não, como uma miríade de grupos e movimentos (MST, Direitos Humanos, partidos, sindicatos).

Ernesto Seidl

 Estruturas de poder, grandes famílias e grupos dirigentes

 Descrição: A pesquisa aborda as lógicas de constituição, reprodução e recomposição de grupos familiares dominantes. Trata-se de tentar cercar os mecanismos fundamentais que agem na tendência de determinados grupos a monopolizar espaços de oportunidades importantes (estatal, corporativo, político, profissional, econômico) por meio de instrumentos variados como as alianças matrimoniais e políticas, favores e proteções, reservas de cargos e heranças simbólicas, entre outros expedientes alavancados pela mobilização de um capital de relações e de notoriedade.